É comum ouvirmos histórias de amor onde o sacrifício é visto como prova de dedicação. Filmes, músicas e até conselhos de amigos reforçam a ideia de que, para valer a pena, o amor deve ser intenso, cheio de altos e baixos – mas a verdade é que esse tipo de visão pode nos prender a um amor que machuca mais do que nutre.

Mas de onde vem essa insistência em manter um relacionamento que desgasta? Existem alguns fatores comuns:

1. Medo da Solidão
   O medo de ficar só é um dos maiores motivadores para permanecer em relações nocivas. É difícil encarar a possibilidade de estar sem um parceiro, e por isso muitas pessoas se apegam a uma relação mesmo que ela esteja longe de trazer felicidade. Esse medo nos faz acreditar que é melhor manter o que já conhecemos do que encarar o desconhecido da vida sem um par.
2. Insegurança e Baixa Autoestima
   Muitas vezes, o que prende alguém a um amor que machuca é a insegurança de não se sentir suficiente para algo melhor. Quem luta com baixa autoestima pode achar que não merece um amor saudável ou que nunca encontrará alguém que realmente cuide e valorize. Esse tipo de crença distorcida gera apego a relações que, na verdade, fazem mal.
3. Romantização do Sofrimento
   A romantização do sofrimento também contribui para essa insistência. Somos impactados por tantas histórias de “superação” dentro dos relacionamentos que, inconscientemente, passamos a associar o amor verdadeiro à dor e à resistência. Em vez de buscar o equilíbrio e o apoio mútuo, vemos no sacrifício e na luta uma “prova de amor”.
4. Dificuldade de Aceitar o Fim
   Algumas pessoas têm dificuldade de aceitar que o ciclo de um relacionamento pode acabar, e preferem suportar a dor a enfrentar o luto da separação. Esse tipo de apego pode surgir do medo de falhar, do medo do julgamento externo ou mesmo da própria dificuldade de abrir mão de alguém importante, mesmo que a relação esteja causando mais tristeza do que alegria.

Reconhecer esses padrões é o primeiro passo para quebrar o ciclo e buscar relações que realmente tragam leveza, apoio e crescimento. A terapia pode ser uma grande aliada nesse processo, ajudando a enxergar o valor do amor próprio e a fortalecer a segurança emocional.