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Por que camuflamos o sexo com o eufemismo de “fazer amor”?

Falar sobre sexo ainda é um desafio para muita gente. E isso se reflete até na forma como escolhemos as palavras: “fazer amor” soa mais bonito, mais romântico, enquanto “sexo” parece direto demais ou até desconfortável. Mas por que ainda usamos eufemismos para um assunto tão natural e importante?

Parte dessa resistência vem da cultura que historicamente tratou o sexo como algo proibido, vergonhoso ou associado a culpa. Usar termos mais suaves como “fazer amor” tornou-se uma forma de amenizar o impacto de falar sobre intimidade, especialmente em ambientes mais conservadores ou familiares.

Mas essa escolha de palavras não é tão inocente quanto parece. Quando evitamos chamar o sexo pelo nome, reforçamos a ideia de que ele é algo que não deve ser discutido abertamente. Isso alimenta tabus e dificulta conversas sobre desejos, necessidades e até problemas que podem surgir na vida sexual de um casal.

Além disso, o uso excessivo de “fazer amor” pode criar a ideia de que sexo só é válido ou legítimo dentro de uma relação romântica, o que ignora a diversidade de experiências sexuais e afetivas que as pessoas podem ter. Sexo pode ser expressão de amor, sim, mas também pode ser uma forma de autoconhecimento, conexão ou simplesmente prazer.

Quando nos permitimos dizer “sexo” sem vergonha, abrimos espaço para diálogos mais honestos. Falar com clareza é o primeiro passo para desconstruir mitos, lidar com inseguranças e viver a sexualidade de maneira plena.

Então, que tal começar por aqui? Refletir sobre as palavras que usamos é um ato de autolibertação. Não é apenas sobre o que falamos, mas sobre como nos sentimos ao falar. E se, ao invés de camuflar o sexo, começarmos a dar a ele o lugar que merece em nossas vidas?

Falar “sexo” é libertador. Experimente!

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